E esse céu,
tão cinza,
tão vago,
tão bemol.
A verdade se insinuou,
me puxou pra dançar
e sentou.
Quem dirá que a festa acabou?
O vinho esquentou,
a gente embriagou,
o tempo passou e o sóbrio tédio perdeu sua máscara.
A gente se conforta com as possíveis possibilidades do ficar,
da maré abaixar
e nosso medo tropeçar.
Quando findar, talvez perceba a crueldade do teu papel,
que a plateia de costas aplaudiu.
Vejo no espelho teu rosto que outrora brilhava como as luzes da cidade
e agora esse apagão me faz perceber que as estrelas estavam me olhando...
Pois sim, o dia atravessou, ensopou e nada declarou.
E agora se teu amor não se consola, quem poderá despertar de novo tua alma?