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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Um poema



E esse céu,
tão cinza,
tão vago, 
tão bemol.
A verdade se insinuou,
me puxou pra dançar
e sentou. 
Quem dirá que a festa acabou?
O vinho esquentou,
a gente embriagou, 
o tempo passou e o sóbrio tédio perdeu sua máscara. 
A gente se conforta com as possíveis possibilidades do ficar, 
da maré abaixar
e nosso medo tropeçar.
Quando findar, talvez perceba a crueldade do teu papel,
que a plateia de costas aplaudiu. 
Vejo no espelho teu rosto que outrora brilhava como as luzes da cidade 
e agora esse apagão me faz perceber que as estrelas estavam me olhando... 
Pois sim, o dia atravessou, ensopou e nada declarou. 
E agora se teu amor não se consola, quem poderá despertar de novo tua alma?

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